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Centro Jellinek de Medicina de Adição   Ver em

12 anos de Gestão pela Qualidade Total

Udo Nabitz, do Centro Jellinek de Medicina de Adição Amsterdão, na Holanda, falou da necessidade de líderes inovadores ao nível dos cuidados de saúde; de líderes que utilizando as metodologias da Gestão pela qualidade total, não se esqueçam das pessoas-chave, necessárias ao êxito de todo o processo. Que não esqueçam, sobretudo, que na implementação deste novo modelo há experiências que resultam e também casos de insucesso, momentos positivos e negativos e que em ambas as situações o continuar em frente, a busca incessante da excelência e a perseverança nos momentos adversos são decisivos.

 

 

Centro Jellinek é um bom exemplo de que no movimento para a Qualidade Total qualquer organização passa por bons e maus momentos. Nos doze anos de gestão pela Qualidade Total que esta organização já leva, houve "altos e baixos" de que Udo Nabitz deu conta à numerosa audiência presente na Torre do Tombo.

Transpor obstáculos

O processo de implementação do projecto de gestão pela Qualidade Total, implementado no Centro Jellinek, iniciou-se em "alta", nos idos de 1988. Uma reunião, realizada num hotel em local aprazível, serviu de espoleta do entusiasmo de todos os envolvidos. "Nesse encontro, preparámos uma declaração de missão e definimos quais os projectos que queríamos implementar. Foi também decidido que no ano seguinte, 1% do valor total do orçamento do Centro (que ronda 25 milhões de euros), seria destinado à área da qualidade. Nesse encontro, discutimos ainda qual o enquadramento da gestão da qualidade na organização", relatou Nabitz.

Em meados do ano seguinte, no que se passou a chamar como "reuniões de jardim zoológico", o grupo de trabalho "andou às voltas", sem encontrar um rumo que permitisse o desenvolvimento do projecto. A falta de "Norte" terminaria em 1989 com o ingresso, no Grupo, de um gestor para a área da qualidade. A capacidade deste técnico e o muito apoio recebido da própria organização (foi possível pôr fim às resistências ao projecto), deram novo fôlego ao grupo permitindo a implementação de projectos de melhoria da qualidade.

Projectos de melhoria
à procura de um rumo

Segundo Donabedian, a qualidade da organização tem de ter em conta a estrutura, o processo e os resultados, sem esquecer a qualidade técnica e interpessoal. Seguindo este princípio, o Grupo do Centro Jellinek iniciou alguns projectos de melhoria, de forma a que todas as pessoas estivessem interligadas. "Iniciámos projectos que mudaram a nossa abordagem da farmacote-rapia, da prevenção de recidivas, entre muitos outros. Três anos mais tarde, com todos estes projectos entre mãos, notámos que seguíamos várias direcções, sem estabelecer uma base comum para a qualidade. Perdemo-nos porque não sabíamos muito bem o que era a gestão pela qualidade. Tivemos problemas de adaptação, elaborámos relatórios muito complexos e um belo dia encontrámos a abordagem correcta para o objectivo que perseguíamos: o modelo EFQM. Gostámos do Modelo, mas encontrámos-lhe um senão: a nossa posição não estava representada no processo". Para ultrapassar o obstáculo, explica,
"realizámos, uma pequena modificação e colocámos, junto dos processos a especificidade profissional. Com esta mudança obtivemos grandes benefícios, pois podíamos utilizar a abordagem a todos os níveis da organização. Os enfermeiros, terapeutas e médicos encontraram o seu nicho no processo", explica.

A primeira avaliação do trabalho
realizou-se em 1994. "Os primeiros resultados foram bastante irregulares, embora prevalecesse a pontuação "alta qualidade", nomeadamente nos critérios relativos à liderança, impacto na sociedade, satisfação dos utentes e dos profissionais de saúde", recorda Nabitz.

Esta auto-avaliação foi mais tarde "verificada" por assessores externos, que lhe confirmaram os resultados.

O caminho da Qualidade não tem fim... é um processo contínuo, visando a excelência. Assim também o entendeu o grupo do Centro Jellinek: após a avaliação, elaborou-se um plano de melhoria, identificando-se quatro sectores críticos identificados com semáforos vermelhos.

A Segunda auto-avaliação realizar-se-ia em 1996 e, tal como acontecera na de 1994, a equipa de assessores externos atestaria os resultados.

Traçado o rumo, o reconhecimento público não tardaria: "em 1996 recebemos o prémio holandês da qualidade. Soubemos que éramos os melhores" diz, com orgulho.

A alegria não duraria muito tempo: "os nossos processos ainda não estavam bem desenvolvidos. Concen-trámo-nos nessa questão, tentámos obter a Certificação ISO 9000 e todos os diferentes processos do hospital foram analisados. Foi um percurso bastante difícil... que culminou na Certificação".

Em 1999 surgiu um novo modelo, com critérios ainda mais apertados e realizou-se nova auto-avaliação, em que todas as pessoas-chave da organização foram chamadas a participar. Chegámos a um consenso, o que nos permitiu elaborar um plano de acção baseado na auto-ava-liação, segundo o novo modelo EFQM. Os resultados alcançados são muito animadores, e esperamos continuar este processo de desenvolvimento positivo, com inovação e criatividade", termina Nabitz.

 

 

 

 

                      

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Ultima modificação: 25 Janeiro, 2006